Que tínhamos um pequeno filósofo em casa, já nós sabíamos. Agora, que tínhamos um pequeno filósofo capaz de pôr à prova toda a lógica aristotélica, ainda não tínhamos antecipado. É que realmente andamos numa dança de conceitos que às tantas já não nos faz qualquer sentido. Passo a explicar, quando o pimpãozico era mais pequenino ainda, contámos-lhe a história do sol que vai para a caminha ao final do dia e acorda a lua para nos dar uma luz de presença durante a noite. Isto significava que quando anoitecia, as crianças também se deitavam a descansar, para ganhar energia para o dia seguinte. Na altura, pareceu compreendeu sem contestar. Contudo, o rapazinho agora está mais crescido, logo já gosta de demonstrar que aquelas premissas que antes davam origem a uma conclusão, afinal já não dão. Tudo porque no outro dia, o sol já se tinha "deitado", mas ainda havia luz do dia e a lua aparecia dissimulada no céu azul. Isto deixou-o pensativo e indagou, então mas se o sol já se deitou e ainda é de dia, quando é que o dia sai?
Hein? O quê? Como? Não percebi o que perguntaste.
Então se ainda é dia, mas já não há sol, onde é que o dia dorme?
Huuhhh, huummm, huuhhh, huummm, amor, explica tu, pff.
Então o amor resolveu complicar ainda mais um pouco e sai-se com esta: a luz do dia dorme no horizonte.
Oooopppss, se calhar não foi boa ideia ter falado no horizonte. Agora, desenrasca-te. Ah, pois é, não é nada fácil! Então o horizonte é aquilo que vês ali ao fundo, como as árvores, as plantas e tal. Ao que o pimpãozico ripostou que se o horizonte é mais perto que a nossa casa, temos de abrir a porta à lua para que ela também se deite um bocadinho, na nossa casa, claro está!
Eh? O quê? Como? Não percebo. Lógica? Onde? Conclusão? Só mesmo que as crianças conseguem desafiar todas as leis da lógica, da gravidade e qualquer outra lei que pareça irrefutável. Porém, parece-me que deixar a lua dormir um pouco é um gesto bonito e altruísta, logo de valor!
Cá estou eu bem GRande
para que a mana caiba no desenho tb!
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