A Clarinha tem tendência para a asneira. É uma míuda meiguinha, dada a beijinhos e abraços, mas ADORA fazer doideiras!
Desde que aprendeu a segurar num lápis ou caneta que não há superfície que resista ao seu gatafunho. Ora são as mesas ou as cadeiras ou o sofá ou inevitavelmente as paredes. Até tolero bastante bem esta sua faceta criativa. Pudera! Contudo, atingi o meu limite quando sábado passado depois de sair de casa durante hora e meia (fui a uma aula de dancehall que, por sinal, adoooorooooo) foi capaz de pintar 3 paredes do corredor melhor que Pablo Picasso ou Jackson Pollock (artista norte-americano que adorava salpicos).
Tinha arte abstrata, à disposição gratuitamente, nas paredes e até no chão. Epá! Alto e pára o baile! Não aguentei e limpei tudo. Já lhe tentei ensinar que as paredes não são para pintar e que todas as outras superfícies também não, à excepção do papel e da parede de ardósia do quarto do mano. Mas não há volta a dar, com ela o que está a dar é mesmo garatujar!
Logo, se não os posso vencer, a única opção passa mesmo por me juntar a eles. Assim concluí que devia embrulhar toda a casa em papel de cenário. Pronto, ok, estou a exagerar! Não dei uma de Christo (artista búlgaro que embrulha tudo e mais alguma coisa), mas vontade não me faltou. Porém, revesti praticamente duas paredes do corredor com o dito.
Foi um pouco trabalhoso fazê-lo, mas a verdade é que compensou! Conseguimos estar com eles um bom bocado a desenhar e a mostrar as suas capacidades artísticas, sem berros ou chatices! E agora temos uma obra de arte que podemos exibir com orgulho!
sábado, 18 de novembro de 2017
terça-feira, 14 de novembro de 2017
As dúvidas existenciais de um rapaz de 7 anos
O nosso primogénito já tem 7 anos. Anda com ar confiante, independente, autónomo e daquele jeito de quem tem resposta torta na ponta da língua sempre que é necessário (ou mesmo quando não é). Tem 7 anos de sabedoria, de filosofia e de conhecimento empírico. No entanto é engraçado perceber que no meio de todo esse perfil ainda existe um laivo de ingenuidade pura. Daquela que nós teimamos em não deixar fugir e alimentá-la o máximo de tempo possível para que ele não cresça tão rápido.
Então quando nos faz perguntas sobre o Pai Natal, somos capazes (se calhar sou mais eu) de inventar mil e uma desculpas para manter viva a ideia de que realmente ele existe.
O Jaime já percebeu que quem faz o "teatro" do Pai Natal a entregar prendas é sempre algum familiar. Essa dúvida dissipou-se completamente o ano passado quando fui eu a encarnar a personagem. Começou logo mal, pois a barriga era feita de duas ou três toalhas de banho dobradas que teimaram em sair para fora da casaca vermelha. Risota geral quando fui apanhada. Mas os mais pequenos (filhota e sobrinhos) não perceberam patavina, por isso ainda se manteve e manter-se-á a encenação.
Há dias perguntou-me porque é que nós nos vestíamos de Pai Natal. Qual a razão para não vir o próprio entregar as prendas. Respondi-lhe que logisticamente seria impossível. Assim deixa as prendas à porta e pede-nos para fazermos aquele teatro como forma de o ajudarmos, para que a magia do Natal seja ainda mais brilhante para as crianças.
O Jaime já reiterou que o mais provável é o Pai Natal não existir. Porém, como não tem a certeza absoluta, elaborou um plano infalível. Este consiste em ficar toda a noite acordado à espera de o ver chegar. Contudo, como falta algum tempo até lá, resolveu cortar caminho e munido do smartphone do pai, googlou (o Jaime está no 2º ano e sabe escrever!!!!):
"o pai natal existe"
ooohhhhh meeeeerrrrrrrdddddddddaaaaaaaaaa! Pensei ao assistir a todo o desenrolar da situação. Pronto, desta é que foi. Amaldiçoei toda a evolução tecnológica. Balbuciei uns quantos palavrões entre dentes. Mas no final, após ter lido com atenção os resultados, concluiu que ainda não tinha certeza. Logo teria mesmo que esperar até à véspera de Natal e tirar todas as dúvidas com 100% de certezas!!!!
Então quando nos faz perguntas sobre o Pai Natal, somos capazes (se calhar sou mais eu) de inventar mil e uma desculpas para manter viva a ideia de que realmente ele existe.
O Jaime já percebeu que quem faz o "teatro" do Pai Natal a entregar prendas é sempre algum familiar. Essa dúvida dissipou-se completamente o ano passado quando fui eu a encarnar a personagem. Começou logo mal, pois a barriga era feita de duas ou três toalhas de banho dobradas que teimaram em sair para fora da casaca vermelha. Risota geral quando fui apanhada. Mas os mais pequenos (filhota e sobrinhos) não perceberam patavina, por isso ainda se manteve e manter-se-á a encenação.
Há dias perguntou-me porque é que nós nos vestíamos de Pai Natal. Qual a razão para não vir o próprio entregar as prendas. Respondi-lhe que logisticamente seria impossível. Assim deixa as prendas à porta e pede-nos para fazermos aquele teatro como forma de o ajudarmos, para que a magia do Natal seja ainda mais brilhante para as crianças.
O Jaime já reiterou que o mais provável é o Pai Natal não existir. Porém, como não tem a certeza absoluta, elaborou um plano infalível. Este consiste em ficar toda a noite acordado à espera de o ver chegar. Contudo, como falta algum tempo até lá, resolveu cortar caminho e munido do smartphone do pai, googlou (o Jaime está no 2º ano e sabe escrever!!!!):
"o pai natal existe"
ooohhhhh meeeeerrrrrrrdddddddddaaaaaaaaaa! Pensei ao assistir a todo o desenrolar da situação. Pronto, desta é que foi. Amaldiçoei toda a evolução tecnológica. Balbuciei uns quantos palavrões entre dentes. Mas no final, após ter lido com atenção os resultados, concluiu que ainda não tinha certeza. Logo teria mesmo que esperar até à véspera de Natal e tirar todas as dúvidas com 100% de certezas!!!!
terça-feira, 7 de novembro de 2017
Um milhão de tatuagens invisíveis!
(há alguns dias falei-vos no abraço que a minha filha me deu.)
Há abraços que são assim tão doces que acabam por se gravar na pele.
Há afectos, beijos que se agarram e não me largam mais.
Há músicas que nos falam.
Há até concertos que não se esquecem.
Há dias que importam e hoje é um deles!
Há histórias que carrego comigo e que me pesam, que por vezes me fazem sentir que não consigo respirar ou que me fazem sentir deslocada e que me inundam de emoções.
Eu que ando sempre a pensar em fazer uma nova tatuagem, sinto que carrego em mim um milhão de tatuagens invisíveis!
Afinal, já não preciso de mais nenhuma, tenho tantas!
Parabéns a ti, meu amor! Tantos anos de tatuagens idênticas...
Há abraços que são assim tão doces que acabam por se gravar na pele.
Há afectos, beijos que se agarram e não me largam mais.
Há músicas que nos falam.
Há até concertos que não se esquecem.
Há dias que importam e hoje é um deles!
Há histórias que carrego comigo e que me pesam, que por vezes me fazem sentir que não consigo respirar ou que me fazem sentir deslocada e que me inundam de emoções.
Eu que ando sempre a pensar em fazer uma nova tatuagem, sinto que carrego em mim um milhão de tatuagens invisíveis!
Afinal, já não preciso de mais nenhuma, tenho tantas!
Parabéns a ti, meu amor! Tantos anos de tatuagens idênticas...
foi o melhor que consegui, tendo em conta o reboliço |
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Carta a uma filha assim a modos que bem maluca!
Clarinha,
Desde praticamente que nasceste que deixei de escrever neste blogue. As razões são muitas e as desculpas ainda mais, mas a verdade é que deixei de o fazer. Quando há pouco tempo fui reler o que tinha aqui escrito e vi tantas coisas sobre o teu irmão, fiquei com imensa pena de não ter feito o mesmo para ti. Por isso numa tentativa de redenção, escrevo isto só para ti.
Ficas a saber que já houve imensos momentos marcantes que não relatei. Já houve toneladas de situações contigo que davam para escrever um livro inteiro, assim daqueles mais cómicos. Todos os dias tens trinta e uma ideias de como fazer mais uma malandrice. És cheia de energia e de piada, apesar de nos dares cabo dos nervos (só um bocadinho).
Houve o teu gatinhar, houve o teu andar, houve aquela primeira frase completa. Essa foi para ralhares comigo, porque estava a dizer para te calçares e respondeste-me muito obstinada: "Mash o papá também tá deshcalcho". E depois houve o momento mais doce do mundo em que o meu parou de girar durante uns minutos. Há dois dias viste-me chorar, estava num pranto desmedido sem grande razão para tal, olhaste para mim e perguntaste:
- Mamã, estás a chorar?
Respondi que sim, que estava triste.
Deste-me um abraço tão apertado e tão ternurento logo seguido de imensos beijinhos e remataste:
- Pronto, pronto, já passou! Já passou!
E assim esbocei o meu maior sorriso e tu riste-te de volta toda contente.
Adorei! És demais!
Desde praticamente que nasceste que deixei de escrever neste blogue. As razões são muitas e as desculpas ainda mais, mas a verdade é que deixei de o fazer. Quando há pouco tempo fui reler o que tinha aqui escrito e vi tantas coisas sobre o teu irmão, fiquei com imensa pena de não ter feito o mesmo para ti. Por isso numa tentativa de redenção, escrevo isto só para ti.
Ficas a saber que já houve imensos momentos marcantes que não relatei. Já houve toneladas de situações contigo que davam para escrever um livro inteiro, assim daqueles mais cómicos. Todos os dias tens trinta e uma ideias de como fazer mais uma malandrice. És cheia de energia e de piada, apesar de nos dares cabo dos nervos (só um bocadinho).
Houve o teu gatinhar, houve o teu andar, houve aquela primeira frase completa. Essa foi para ralhares comigo, porque estava a dizer para te calçares e respondeste-me muito obstinada: "Mash o papá também tá deshcalcho". E depois houve o momento mais doce do mundo em que o meu parou de girar durante uns minutos. Há dois dias viste-me chorar, estava num pranto desmedido sem grande razão para tal, olhaste para mim e perguntaste:
- Mamã, estás a chorar?
Respondi que sim, que estava triste.
Deste-me um abraço tão apertado e tão ternurento logo seguido de imensos beijinhos e remataste:
- Pronto, pronto, já passou! Já passou!
E assim esbocei o meu maior sorriso e tu riste-te de volta toda contente.
Adorei! És demais!
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
O saudosismo bateu forte e feio!
O saudosismo bateu, qual chapada na cara.
Reli posts, emocionei-me e fiquei triste de ter deixado de escrever no blogue. Tudo começou com uma conversa inofensiva com um amigo, que me perguntou se tinha deixado de vez de escrever.
Respondi prontamente que sim, que não tenho tempo nem sequer para me coçar, que já não dava, que dois filhos dão mais trabalho que um, blá blá blá e de repente, dou por mim a questionar-me se isto não são apenas desculpas. Claro que prefiro deitar-me no sofá depois de eles estarem a dormir. Gosto de poder descansar e babar em frente à televisão (normalmente duro 10 a 15 minutos sem adormecer) em vez de ir para a frente do pc. Mas a verdade é que fiquei decepcionada e como tal vou tentar reverter esta situação de estado amorfo!
Reli posts, emocionei-me e fiquei triste de ter deixado de escrever no blogue. Tudo começou com uma conversa inofensiva com um amigo, que me perguntou se tinha deixado de vez de escrever.
Respondi prontamente que sim, que não tenho tempo nem sequer para me coçar, que já não dava, que dois filhos dão mais trabalho que um, blá blá blá e de repente, dou por mim a questionar-me se isto não são apenas desculpas. Claro que prefiro deitar-me no sofá depois de eles estarem a dormir. Gosto de poder descansar e babar em frente à televisão (normalmente duro 10 a 15 minutos sem adormecer) em vez de ir para a frente do pc. Mas a verdade é que fiquei decepcionada e como tal vou tentar reverter esta situação de estado amorfo!
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