quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

A pedalar se vai longe!

Não marquei o dia.

Eu não marquei o dia e arrependo-me. Se pelo menos já tivesse recomeçado a escrita aqui, certamente teria relatado o acontecimento.

O dia em que levei a nova bicicleta a.k.a supermota para o meu local de trabalho atual, a primeira vez.

Lembro-me de ter testado um percurso, num domingo à tarde, na companhia do meu ciclista favorito. Fizémos um caminho longo, mas com pouca inclinação. Não fiquei muito convicta de que tinha sido um bom investimento. Afinal, demorava mais 10 a 15 minutos que de carro a completar o trajecto.

Numa segunda-feira de fevereiro ou março de 2017, quando realmente fui sozinha, no meio do caos do trânsito de Lisboa, resolvi fazer um percurso mais curto, mas com bastante mais inclinação e talvez um pouco menos "amigável".

Nunca mais mudei de percurso.

Nunca mais larguei a bicicleta (só se estiver mesmo muito preguiçosa).

Pedalo 8km diários por gosto e por necessidade. Ando com frio e com chuva, se for preciso. Tenho um 'switch mode' que vou alternando entre o freestyle, ninja e trashbag. Descobri que afinal demoro o mesmo tempo que de carro, tenho sempre lugar cativo no parque de estacionamento e não me aborreço no trânsito. Volta e meia lá tenho que ouvir umas 'bocas' de condutores que gostam de espicaçar, mas nada demais. Com isso, posso eu bem!


Mas o que me lixa mesmo é o percurso que faço na ciclovia. Está em bom estado, é uma maravilha circular por lá, com excepção dos energúmenos que por lá andam. Na av. Duque d'Ávila existe um passeio com pelo menos uns 6 metros de largura, que surpreendentemente está sempre às moscas, pois as pessoas embirram em encher o metro e meio dedicado à ciclovia. Bem sei que é liso, sem sobressaltos, que é ideal para quem corre ou faz running, que é o sonho de qualquer pé de salto alto, que os carrinhos de bebé ali deslizam suavemente, mas na verdade aquela pista é para quem anda de bicicleta, ok? Não sejam gulosos, tá?

É que um bebé indefeso levar com uma bicicleta em cima não me parece lá muito bem. Os bebés adoram os solavancos da calçada e até adormecem (digo isto com conhecimento de causa). Pessoas que querem andar de andas têm que se sujeitar e ganhar a destreza de o fazer no nosso ex-libris pedonal. Runners desta  cidade, saibam que correr na ciclovia é perigoso. Turistas de malas com rodinhas desviem-se quando vêm um ciclista a aproximar-se.

Hoje, aquando do meu slalom matinal, desviando-me dos inúmeros transeuntes, sem os alarmar (às vezes tocar a campainha é pior, porque as pessoas ou assustam-se e ficam sem reacção ou então tomam a pior decisão de se desviar para o lado errado e habilitam-se a levar com um ciclista de frente) um peão que circulava no mesmo sentido que eu, resolve andar para o lado no preciso momento em que estava a passar. Arre! Que ia atropelando um ser humano e ainda me estatelava no chão.

Epá, por favor! Peço educadamente que pensem no vosso bem-estar...

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Todos os pais gostam de mentir aos filhos

Os pais fingem que sabem tudo, percebem de todos os assuntos, nunca têm dúvidas e raramente se enganam, certo?

Os pais (no geral, pais e mães, ok?!) pertencem a uma espécie que se caracteriza essencialmente por possuir aquela estranha mania de se achar o arquétipo da perfeição, o pináculo da criação, inteligentes quais Einstein e de raciocínio estilo Karpov ou Kasparov, sei lá!

Normalmente, tenho tendência a tentar integrar esta espécie. Sou do género de quem gosta de um belo desafio. Sempre que o Jaime nos lança questões filosóficas (ele tem queda já há muito, como podem ver aqui) gosto de tentar responder "à letra" e normalmente acabo por lançar mais "lenha para a fogueira". Só que desta vez a questão foi mais "Física" e não me refiro à de andar à porrada.

Tudo começou assim:

- Ò Mãe, tenho uma pergunta para te fazer.

Huummm, isto traz água no bico, penso.

- As nuvens estão fora da atmosfera ou dentro do planeta Terra?

Hein?????!!!!!! Espera, repete lá a tua questão, como que a ganhar tempo para responder...

Ora bem, as nuvens estão na atmosfera, ou talvez na estratoesfera ou noutra esfera qualquer que não faço ideia qual seja!!! Bom, certamente não estão coladas ao planeta Terra, mas será que se considera parte integrante do planeta? Estas são as dúvidas que se instalam ainda antes de proferir qualquer palavra. Ora bem, portanto, antes que meta a pata na poça e diga uma barbaridade qualquer, resolvo da melhor maneira:

- Amorrrrrrrr???????? O Jaime tem uma pergunta para te fazer.
  É que estou mesmo aflitinha para fazer xixi (ou chichi, como queiram)!


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

My life's soundtrack


Se a minha vida tivesse banda sonora traduzida (mal e porcamente)
poderia eventualmente ser assim:

Oh, salta isso 43
És selvagem como eu?
Criado por lobos e outras bestas
quando a lua está redonda e cheia.
Vou ensinar-te truques que vão explodir a tua mente.
Sonhei contigo, sonhaste comigo?
Eras lebre quando eu era raposa?
As cores são o que
me mantém vivo
Não sentes o calor
a vir na tua direcção.
Quando e onde ficámos frios?
Pensei que estavas em espera
E sei que não vai durar
Quando vejo os teus olhos chegarem
Explodem como dois insetos no vidro.
Não importa quem és ou o que fizeste
Ainda tens que acordar e ser alguém.
Sr. Polícia, por favor, não verifique o meu hálito.
Esse não é o meu único pecado.
Uma noite confusa
Uma noite para acelerar a verdade
Nada vai te magoar,
Enquanto estiveres comigo, estás bem
Encontrei a tua casa, nem tentei
Eles fecharam as portadas, eles baixaram as persianas.
E agora desculpa-me, senti a tua falta
Tive uma reunião secreta no cave do meu cérebro.
Liberdade é apenas mais uma palavra para nada a perder
Nada, isso foi tudo o que o Bobby me deixou,
Magoei-me hoje
Para ver se ainda sinto
Quão horrível é isto? Sou tal como uma adolescente
Até podia escrever tudo no meu caderno
Estas sete palavras que te digo, uma a uma
Amo-te e precisas saber
Quando eu era mais jovem, muito mais jovem do que hoje
Nunca precisei da ajuda de ninguém de forma alguma
Pense o que quiser, mas não se deixe enganar
Eu não nasci para ver o mundo desabar
Este coração ainda bate por ti
Por que não vês?
Se houver espaço para mim
Há espaço para ti
Algumas pessoas saem e compram coisas que viram nos livros
Não preciso de nenhum casaco de cabedal, estou quente quando estou contigo
E se sentiu que tinha que te direccionar
Então que te indique os meus braços
Não sabes?
Ninguém te vai amar
Da forma que eu tento fazer?
De uma maneira ou de outra, eu vou-te encontrar
Vou-te agarrar, agarrar, agarrar, agarrar.
Apenas um dia perfeito
Feliz por ter sido contigo.



Estas são algumas (muitas ficaram de fora) das frases mais marcantes da música que tem pautado a minha existência. 




segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A saga da passagem de ano!

Nunca morri de amores pela festa da passagem de ano.
Quando éramos mais que as mães, havia sempre alguém que amuava, armava confusão e acabávamos sempre divididos em pequenos grupinhos. Nunca havia consenso. Uns queriam a cidade, outros o campo, alguns deixavam a decisão sobre onde ir e o que fazer até à ultima. Este facto irritava bastante todos aqueles que gostavam de planear. Não me lembro de uma vez que tenha sido realmente memorável (pela positiva) e em que nada tenha corrido mal. Houve sempre qualquer coisa. Pois desta vez não foi excepção!

O plano mirabolante consistia em ficar em casa com as crias, sem grandes sobressaltos e debaixo das mantas. Com um espumante rasco e passas prontas a serem comidas na altura de pedir os desejos. No entanto, o Jaime trocou-nos as voltas e disse-nos que gostava de ir ver o fogo de artifício ao Terreiro do Paço. Ok, tudo bem. Rapidamente cedemos a essa vontade, porque também queríamos curtir um bocadinho. Afinal os Capitão Fausto iam dar um concerto às 23h, ou seja, também se aproveitava qualquer coisa. Depois lembrávamo-nos que da última vez que lá tínhamos ido não estava muita gente e havia imenso espaço para circular (até nos parecera um pouco decadente, verdade seja dita).

MAS QUE ERRO COLOSSAL! ESPAÇO! QUAL ESPAÇO? ONDE?

A saga começou quando saímos de casa e chegando ao metro havia "perturbações" na linha, pelo que devia demorar mais tempo que o normal. Quando finalmente chegou, estava a abarrotar, nem mais uma mosca lá entrava. Obviamente que chamámos um uber. Este desceu a Av. Almirante Reis e parou no Martim Moniz. Basicamente fizémos metade do caminho de carro. A Clara tinha dado os primeiros sinais de sono. A míuda imparável já estava a ceder.

Lá fomos até à Rua Augusta a pé e a Clara às cavalitas do pai. Quando estávamos quase a chegar ao cruzamento antes do Arco, olhei para ela, vi os seus olhos a enrolarem e o corpo a pender...ai ai! Passou para o meu colo antes de cair redonda no chão. Mal dei dois passos com ela nos braços e apercebi-me que estávamos no meio da multidão, sem conseguirmos chegar ao Terreiro do Paço. Encurralados!!! Tentámos furar o máximo que conseguimos, apelámos ao coração dos "cámones" que por ali andavam. Já só queríamos chegar a um sítio onde pudéssemos respirar. Lá conseguimos chegar à praça do Município, onde não vimos concerto nenhum, não ouvimos contagem decrescente (fizemos a nossa, pois também não foi o primeiro ano que tal aconteceu, em Évora foi com muito mais delay!) abrimos o espumante antes de tempo e comemos as passas sem pedir qualquer desejo. Foi lá que ficámos a ver metade do fogo, quando eventualmente conseguíamos ver. O Jaime fez a reportagem fotográfica e apesar de não ter a melhor perspetiva, tirou fotos com orgulho. Quando terminou, deu-se por satisfeito. A Clara dormia profundamente no meu colo, mesmo com o estardalhaço todo. Apesar de tudo não tinha sido assim tão mau!

Porém, a saga ainda não tinha acabado. Precisávamos de regressar a casa. Escolhemos tentar ir de metro. Afinal, as pessoas não iam todas para o mesmo sítio. Mas o problema repetiu-se. Imenso tempo à espera e o metro apinhado, só que desta vez enfiámo-nos quais sardinhas em lata. O Jaime completamente apertado no meio de tanta gente e o Zé com os nervos em franja, com a porta do metro a esborrachar-lhe a cara. Mas o problema maior apresentou-se na estação seguinte, pois as pessoas que lá estavam queriam mesmo entrar. O Jaime a ficar com menos espaço, eu também e o Zé à porta a tentar impedir a passagem dos energúmenos. Às tantas, insurgiu-se de forma acutilante e protestou veementemente (eufemismo para largou uma quanta asneirada), saiu do metro com a Clara (ao colo e a dormir). E lá fomos todos para fora.

Só que o trânsito estava caótico, já não dáva para chamar nenhum uber nem táxi e a única solução era ir a pé. O Jaime qual peregrino, só proferia o quão exausto estava e logo que entrou no hall do prédio, prostrou-se de joelhos no chão. A Clara sempre a dormir profundamente, o Zé carregou-a o caminho quase todo, pois sempre que volta e meia tentava levá-la, só aguentava uns escassos metros.

Quando finalmente chegámos, jurei para nunca mais voltar ao Terreiro do Paço em noite de passagem de ano. E declarei oficialmente que, desculpem lá qualquer coisinha mas, não gosto desta celebração!

ainda bem dispostos, faltava a 2º parte da saga!

foi isto tal e qual!

uma das fotos do Jaime