terça-feira, 14 de novembro de 2017

As dúvidas existenciais de um rapaz de 7 anos

O nosso primogénito já tem 7 anos. Anda com ar confiante, independente, autónomo e daquele jeito de quem tem resposta torta na ponta da língua sempre que é necessário (ou mesmo quando não é). Tem 7 anos de sabedoria, de filosofia e de conhecimento empírico. No entanto é engraçado perceber que no meio de todo esse perfil ainda existe um laivo de ingenuidade pura. Daquela que nós teimamos em não deixar fugir e alimentá-la o máximo de tempo possível para que ele não cresça tão rápido.

Então quando nos faz perguntas sobre o Pai Natal, somos capazes (se calhar sou mais eu) de inventar mil e uma desculpas para manter viva a ideia de que realmente ele existe.

O Jaime já percebeu que quem faz o "teatro" do Pai Natal a entregar prendas é sempre algum familiar. Essa dúvida dissipou-se completamente o ano passado quando fui eu a encarnar a personagem. Começou logo mal, pois a barriga era feita de duas ou três toalhas de banho dobradas que teimaram em sair para fora da casaca vermelha. Risota geral quando fui apanhada. Mas os mais pequenos (filhota e sobrinhos) não perceberam patavina, por isso ainda se manteve e manter-se-á a encenação.

Há dias perguntou-me porque é que nós nos vestíamos de Pai Natal. Qual a razão para não vir o próprio entregar as prendas. Respondi-lhe que logisticamente seria impossível. Assim deixa as prendas à porta e pede-nos para fazermos aquele teatro como forma de o ajudarmos, para que a magia do Natal seja ainda mais brilhante para as crianças.

O Jaime já reiterou que o mais provável é o Pai Natal não existir. Porém, como não tem a certeza absoluta, elaborou um plano infalível. Este consiste em ficar toda a noite acordado à espera de o ver chegar. Contudo, como falta algum tempo até lá, resolveu cortar caminho e munido do smartphone do pai, googlou (o Jaime está no 2º ano e sabe escrever!!!!):

"o pai natal existe"

ooohhhhh meeeeerrrrrrrdddddddddaaaaaaaaaa! Pensei ao assistir a todo o desenrolar da situação. Pronto, desta é que foi. Amaldiçoei toda a evolução tecnológica. Balbuciei uns quantos palavrões entre dentes. Mas no final, após ter lido com atenção os resultados, concluiu que ainda não tinha certeza. Logo teria mesmo que esperar até à véspera de Natal e tirar todas as dúvidas com 100% de certezas!!!!


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