sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Carta a uma filha assim a modos que bem maluca!

Clarinha,

Desde praticamente que nasceste que deixei de escrever neste blogue. As razões são muitas e as desculpas ainda mais, mas a verdade é que deixei de o fazer. Quando há pouco tempo fui reler o que tinha aqui escrito e vi tantas coisas sobre o teu irmão, fiquei com imensa pena de não ter feito o mesmo para ti. Por isso numa tentativa de redenção, escrevo isto só para ti.

Ficas a saber que já houve imensos momentos marcantes que não relatei. Já houve toneladas de situações contigo que davam para escrever um livro inteiro, assim daqueles mais cómicos. Todos os dias tens trinta e uma ideias de como fazer mais uma malandrice. És cheia de energia e de piada, apesar de nos dares cabo dos nervos (só um bocadinho).

Houve o teu gatinhar, houve o teu andar, houve aquela primeira frase completa. Essa foi para ralhares comigo, porque estava a dizer para te calçares e respondeste-me muito obstinada: "Mash o papá também tá deshcalcho". E depois houve o momento mais doce do mundo em que o meu parou de girar durante uns minutos. Há dois dias viste-me chorar, estava num pranto desmedido sem grande razão para tal, olhaste para mim e perguntaste:

- Mamã, estás a chorar?
  Respondi que sim, que estava triste.
  Deste-me um abraço tão apertado e tão ternurento logo seguido de imensos beijinhos e remataste:
- Pronto, pronto, já passou! Já passou!

E assim esbocei o meu maior sorriso e tu riste-te de volta toda contente.

Adorei! És demais!

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